CASO: A alma penada do Cruzeiro

Cruz Alta da Serra de Sintra - Portugal
Foto: Reprodução/www.guiadacidade.pt

"CRUZ ALTA

Longe das ondas turvas da maldade

Sobre este cume, entre rochedos nus

És bem o extremo apoio, que Jesus

legou por sua morte à humanidade.

Vai bem à tua simples majestade

Este lugar que te foi dado ó Cruz

Pois neste cimo é mais intensa a luz

E é mais intensa e bela a tempestade.

Feriu-te um dia o raio, e certamente

Mais duma alma estranhou, irreverente

Que o céu visasse o que une o céu à terra...

Mas eu sei bem que tu é que atraíste

A cólera do espaço, e assim cobriste

Com dois pequenos braços toda a Serra" 

Soneto de Francisco Costa, escritor português.

Olá pessoal, estou de volta com mais um relato da nossa seção de CASOS.

Se você é daquelas pessoas que gostam de histórias engraçadas, misteriosas ou inacreditáveis você não pode deixar de acompanhar nossos CASOS, a cada 15 dias publico um novo para você se divertir.

Você pode conferir os antigos na barra de pesquisa do blog e depois pode voltar sempre para nos visitar e conhecer as novidades, tenho certeza que você vai gostar  =)

Vamos começar?

O caso de hoje aconteceu na cidade de Ponte Nova/MG à muitos anos atrás.

Era uma família de 10 pessoas, pai, mãe e 8 filhos.

O senhor Joaquim, pai da família, trabalhava em uma usina da região. Todas as tardes quando chegava em casa após um dia exaustivo de trabalho a primeira coisa que fazia depois de cumprimentar sua esposa era perguntar por cada um de seus filhos para saber como tinham passado o dia.

Um dia Nazaré, uma das filhas mais velhas que já era casada foi à casa de sua mãe fazer uma visita levando suas 2 filhas pequenas. O dia foi passando e elas se distraíram conversando, quando perceberam já estava escurecendo. Então sua mãe lhe disse:
- Ô minha filha, cê num pode ir embora sozinha não. Suas irmãs vão te ajudar com as crianças. - Hermínia, Carlota e Elda. Gritou a mãe - Cês vão ajudar a Nazaré levar as crianças viu?!

Hermínia tinha uns 9 anos de idade, Carlota 10 e Elda 11 anos, elas ficaram animadas porque iam sair um pouco para passear, e assim foram as três ajudando a irmã mais velha até sua casa.

Mais tarde quando seu Joaquim chegou do trabalho e perguntou pelas crianças sua esposa lhe respondeu: - As meninas foram até a casa de Nazaré ajudar ela com as filhas.

-Mas já é noite, pode ser perigoso elas voltarem sozinhas- Se preocupou o seu Joaquim - Eu vou encontrar com elas. E assim saiu de casa como estava cançado, todo sujo de óleo e ainda de uniforme.

Nazaré morava no mesmo bairro porém um pouco longe da casa de seus pais. Para chegar em sua casa era preciso passar em frente a um cemitério onde também havia um Cruzeiro* que ficava no fim de uma escadaria. (Dá medo só de pensar rs)

Bom, seu Joaquim foi ao encontro das meninas, a região não tinha postes de luz elétrica, o que iluminava a noite era a luz da lua. O pai avistando as meninas de longe se sentou no pé do Cruzeiro para esperá-las.

As três meninas vinham caminhando e conversando distraídas pela rua, foi quando se aproximando do Cruzeiro

Hermínia parou, congelada olhando para cima e disse para Carlota:
- Um fantasma!!

Elas se agarraram uma na outra, totalmente paralisadas e começaram a tremer sem saber se seguiam adiante ou voltavam por onde vieram.

Nesse momento elas ouvem uma voz arrepiante: -Oi Eldinha....
- Ai meu Deus!! Ele falou meu nome! - Disse Elda quase desmaiando de medo.
- Oi Hermínia..... - Falou novamente o fantasma.
- Ele falou seu nome também! - Tornou Elda assustada.
-Oi Carlota... - Voltou a falar o fantasma.

Carlota era a mais valente e mais durona das três, sempre queria mostrar que não tinha medo de nada. Então ela falou: -Ele falou meu nome?! E dando um passo a frente disse: - Olha aqui seu fantasma, minhas irmãs estão com medo, viu?! - Você está me ouvindo?

- Ô Carlota vem cá, vem aqui pertinho, vem... - Disse a assombração.
Carlota assustada deu um grito e disse: - Eu?! Eu também tenho medo!

Nesse momento a tal assombração se levantou indo em direção a elas. As três saíram chorando e correndo à uma velocidade que nunca imaginaram conseguir. Correram uns dois quarteirões trombando uma na outra, caindo e rolando no chão até que chegaram na varanda da casa delas.

Quando a mãe ouviu aquela gritaria saiu de casa correndo e perguntou: - O que é isso? O que está acontecendo?!

As meninas não conseguiam falar nada só choravam e tremiam de tanto medo que sentiram minutos atrás.
Enquanto a mãe tentava saber o que tinha acontecido olhou para o portão e viu seu marido entrando, ele quase não se aguentava de pé de tanto rir. Ele chegou gargalhando e zombando das pequenas e pelo susto que deu nelas se fingindo de assombração.

Depois de tudo bem esclarecido as meninas ficaram aliviadas e todos riram juntos pelo que tinha acontecido, mas mesmo elas sabendo que o fantasma era o próprio pai ficaram um bom tempo sem querer sair à noite.

*Cruzeiro é uma cruz normalmente em pedra, embora raramente apareça também em madeira, ela normalmente é colocada em uma plataforma com alguns degraus. Geralmente colocado em igrejas, cemitérios ou lugares elevados.

Esse relato me foi contado por uma senhora muito especial para mim e que amo muito, isso aconteceu quando ela ainda era criança. Ela é a Hermínia no texto, porém seu nome verdadeiro e o nome das outras pessoas do caso foram trocados para preservar à todos.

Lembrando que todas as histórias da nossa página de CASOS são reais mas às vezes os nomes são trocados a pedido dos meus entrevistados.


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Espero que você tenha se divertido comigo mais uma vez e indique o blog para que seus amigos conheçam os casos de outras pessoas comuns como nós mesmos e também se divirtam com a gente.


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Até o próximo caso,                     
                                     
                               BeijinhosSs...