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quinta-feira, 19 de maio de 2016

RESENHA: Pequena Abelha

Título: Pequena Abelha                  

Título Original: The Other Hand

Páginas: 272                                        

Autor(a): Chris Cleave                    

Editora: Intrínseca                          

Gênero: Drama                                  

Ano de Publicação: 2010               





“ Uma cicatriz nunca é feia. Temos de ver todas as cicatrizes como algo belo. Porque,  acredite em mim,  uma cicatriz não se forma num morto. Uma cicatriz significa: " Eu sobrevivi."
Pág. 17


Uma vez li em um livro chamado El juego del Angel, que não somos nós que escolhemos o livro e sim o livro nos escolhe. Isso aconteceu comigo quando o vi pela primeira vez, lendo os comentários da capa não tive a mínima idéia do que se tratava porém achei bem interessante e curioso e tive de levar para casa. Como todos estão na onda de não contar nada pra ninguém só vou adiantar algumas coisinhas aqui, rs.


Abelhinha ou Pequena Abelha é uma refugiada nigeriana de 16 anos, que acaba de sair do Centro de Detenção de Imigrantes Black Hill na Inglaterra, onde ficou presa por dois longos anos após fugir do seu país em busca de uma vida melhor depois que sua aldeia foi invadida violentamente.


Sarah editora chefe da própria revista, a Nixie é casada com Andrew O`Rourke colunista do The Times e são pais do pequeno Charles de 4 anos que tem a mais absoluta certeza de que é o batmam e está sempre lutando contra inimigos invisíveis que tentam conquistar o mundo e ele sabe que não pode tirar sua fantasia hora nenhuma porque se o mal não descansa ele também não pode descansar.

A vida do casal e da adolescente nigeriana se cruza em uma linda praia  num dia trágico na vida da menina e sua irmã. 


“ Se o seu rosto está inchado pelas duras pancadas da vida,  sorria e finja ser um homem gordo.”Provérbio nigeriano




O que acontece na praia aquele dia de alguma forma une para sempre a vida das duas mulheres. No decorrer da leitura vamos descobrindo aos poucos os personagens, seus medos, seus segredos e seu passado.

O livro é narrado em primeira pessoa, alternando os capítulos entre Sarah e Abelhinha. 
A narrativa de Sarah é intrigante e ao mesmo tempo triste, parece coisa do nosso cotidiano, dos fatos que vemos todos os dias, já a narrativa da Abelhinha é bem longe da nossa realidade mas que sabemos que existe em várias partes do planeta, ainda assim me deixou tensa e pensativa o tempo, todo como se ela estivesse sentada ao meu lado me contando toda a história...



" No final, eram só gritos. Primeiro eram gritos de dor mas finalmente mudaram e pareciam os gritos de um bebê recém-nascido. Não havia dor neles. Eram automáticos. Não paravam. Cada grito era exatamente o mesmo, como se fosse uma máquina que os produzisse. "

Pág. 138


É impossível não se comover com a antiga vida da nigeriana a medida que vamos conhecendo tudo que se passou com as famílias sendo dizimadas pelos "homens do petróleo" nas aldeias, suas vidas sendo ceifadas sem piedade.

Em grande parte da narrativa a ordem cronológica dos fatos é decrescente, o que eu gosto muito pois parece dar um certo mistério aos acontecimentos, e muitos trechos do livro são recontados na visão de cada uma das narradoras o que também acho muito interessante.   

Já faz uma semana que acabei de ler o livro e ainda me sinto meio extasiada, como se uma parte de mim estivesse ficado dentro dele junto com os personagens, não é o tipo de livro que costumo ler mas ainda assim me chamou muito a atenção, porém o final ficou meio "e aí?" na minha opinião ficou faltando algum destino para as personagens ou eu não consegui entender o que o autor tentou passar.


" Imaginem como seria cansativo para mim contar minha história para as garotas da minha terra. Essa é a verdadeira razão por que ninguém conta nada para nós, africanos. Não é porque desejem manter meu continente na ignorância. É porque ninguém tem tempo de sentar e nos explicar o Primeiro Mundo desde os princípios básicos. Ou talvez vocês tivessem vontade de fazer isso, só que não conseguem. Sua cultura tornou-se sofisticada, como os computadores, ou como os remédios que vocês tomam para dor de cabeça. Vocês sabem usá-los mas não sabem explicar como funcionam. Muito menos para moças que empilham lenha ao lado da parede de casa. " 
Pág. 135


Ah, Abelhinha... Se eu estivesse contando a sua história para as moças da minha aldeia, elas sequer acreditariam...





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Até a próxima,

                      BeijosSs.......















#pequenaabelha    #refugiadosnigerianos    #drama    #editoraintrinseca

2 comentários:

  1. Adorei o comentário do livro e fiquei mesmo com vontade de o ler (já está na minha lista! Sim, eu tenho mesmo uma lista :P ). Gosto muito destes temas que nos levam para outra realidade que não a nossa, mas que infelizmente existe e muito por aí! Aconselho também "Flor do deserto" de Waris Dirie, foi o primeiro livro que li sobre este tema e marcou-me muito!
    Já agora este é o meu blog: http://sorriso-espontaneo.blogspot.com.br/

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    1. Ola Fiona, realmente existem muitas coisas horriveis que nem podemos imaginar... Mas obrigada pela dica, vou procurar o livro que voce me indicou e vou lá te contar o que achei ;) Mil beijos...

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