CASO: Esse nome eu não quero!

Olá meus leitores! O "caso" de hoje foi contado por Antônio Carlos, carinhosamente apelidado por minha mãe de Toni.Toni é meu padrasto a 10 anos e sempre tem um caso engraçado para nos contar. 

Hoje vamos saber o caso de seu nome, porque nem sempre ele foi chamado de Antônio Carlos.
Espero que gostem e se divirtam com a gente =) .

 - Neguim!! Onde cê tá menino? - Gritava a sra. Maria na porta da cozinha. 
- Ele some no meio dessas bananeiras!

Neguim era um menino alegre e sapeca que adorava andar de carroça e brincar de pega-pega com seus coleginhas.

Ele só tinha medo era de passar embaixo das caçambas de brita da fábrica de cimentos Itaú que passavam quase emcima de sua casa, suspensas em cabos de aço, levando materiais para a fabricação de cimentos desde Confins até a Cidade Industrial em Contagem/ MG. Na época a fábrica funcionava a todo vapor, ela foi desativada na década de 1970, mas até hoje as torres continuam lá decorando o estacionamento do Itaú Power Shopping.

Além das caçambas neguim também tinha medo de um dos funcionários da olaria de seu pai, que costumava comer uma marmita de toucinho cru na hora do almoço, ele era o mais forte e produzia mais tijolos que qualquer outro trabalhador, o menino acreditava que o homem se transformava em lobisomem nas noites de lua cheia, criança pensa cada coisa né rs.

Neguim era o penultimo filho de uma família de 13 irmãos, nasceu em casa no ano de 1960 em Justinópolis municipio de Ribeirão das Neves em Minas Gerais.
Nessa época ele já tinha 8 anos e ainda não estudava, sabe porque? 
Porque neguim ainda não tinha nome, ele não era registrado, e uma criança sem nome não pode ser matriculado em nenhuma escola, dá para acreditar?

Pois é, ele não entendia porque todos tinham um nome e ele não, como era "pretinho"  todos o chamavam de neguim inclusive sua mãe que, segundo ele, ela adorava uma cachacinha, talvez seja por isso que ela nunca conseguia pensar em um nome, mas mesmo sendo viciada em bebidas sempre foi uma ótima mãe, trabalhadora e carinhosa com seus filhos.

Um dia seu pai decidido resolveu levar neguim ao cartório de Justinópolis para registrar o menino, pois assim não podia ficar.
Chegando lá o tabelião era um senhor bem idoso, o que era bem comum antigamente, em todos os cartórios eles eram bem velhos. Na minha opinião é porque poucos tinham acesso a educação e se demorava muito para formar um juiz, um advogado, um tabelião rs.

- Vim registrar meu filho! - Disse o pai de neguim. - O nome dele será "Mané Farcão"!
O tabelião idoso repetiu: Mané Farcão?! - provavelmente pensou: isso sim é nome de um homem macho!

Hum.... quando o menino ouviu isso ele pensou: O quê?! Todos vão me chamar de "Manezin"? Quando eu crescer eu serei o "seu Mané"? Nem morto!! - Disse o menino e pernas para que te quero! 
 Saiu correndo do cartório naquela Av.Civilização que ninguém pegava o menino. Imagino a cena gente, que hilário rs.

Assim o menino voltou para casa sem registro e permaneceu por mais ou menos um ano, até que um dia seu pai o peguntou como gostaria de se chamar; próximo a sua casa morava um casal de japonêses que adotaram uma criança brasileira e colocaram seu nome de Antônio Carlos, o jovem já tinha seus 17 anos na época e neguim achava seu nome lindo. Então, quando seu pai lhe perguntou qual nome gostaria de ter ele não pensou duas vezes e disse: quero me chamar Antônio Carlos, Antônio Carlos Ferreira será meu nome.

Então voltaram ao cartório e até que enfim neguim tinha um nome como todos os seus coleguinhas, já podia ir para a escola, que aliás começou aos nove anos de idade.
Agora sim ele estava feliz e apartir daí ele era alguém .

Imagina gente, você poder escolher seu próprio nome, que maravilha?

Graças a Deus amo meu nome e agradeço minha mãe por ele, mas seria bem legal a gente poder opinar,não é mesmo?.

Bem, se você também gostaria de ter outro nome conte para nós aí nos comentários, ou se você gosta do seu, fala pra gente qual é e se sabe o significado dele ou sua origem, porque sua mãe o escolheu... Vamos adorar te conhecer e saber um pouco de você =)

E lembrando que nossos "casos" são todos verídicos, o que pode acontecer é que em alguns casos os nomes das pessoas serão fictícios para preservar e não comprometer ninguém.

Espero que vocês tenham gostado,não se esqueçam de se increver no blog e até o próximo caso.

BeijosSs.

                                                                                               

Ps.: O nome da mãe e o sobrenome do senhor Antônio Carlos são fictícios.